Por Rosário Carmona e Costa, Psicóloga Clínica

No regresso às aulas revisitamos os enormes benefícios que os jogos de tabuleiro representam para a aprendizagem… académica, pessoal e familiar. Está na altura de subir ao banquinho e resgatar todos esses velhos amigos! Ou então, melhor ainda, renovar a frota!

Com base nas provas dadas no que ao desenvolvimento diz respeito podemos, hoje em dia, encontrar um leque variado de jogos aptos a estimular áreas específicas da aprendizagem (como a escrita, a leitura ou a matemática) ou colmatar défices em competências fundamentais (como a atenção, concentração, planeamento, relacionamentos interpessoais) para um futuro ajustado. Ainda que possamos associar jogos de tabuleiro a longas noites de diversão entre amigos a verdade é que também (e tão bem) assim se aprende.

O desafio para este ano letivo é que possa guiar o seu filho nesta aventura de crescer e lhe mostre como aprender é muito mais fácil se for divertido e se o fizer rodeado de outros que o desafiam.

Não preciso de o convencer de como aprender as letras, treinar as contas, compreender a história de Portugal, pensar as ciências e a geografia é mais fácil através de jogos de tabuleiro temáticos – afinal, aprendemos e recordamos melhor quando o fazemos motivados e sem fatores de stress a minar o contexto de aprendizagem. Mas vamos ainda mais além: os jogos de tabuleiro promovem competências únicas – que maior parte dos ecrãs não consegue igualar – como a capacidade de negociação (ex.: o que jogamos? quem começa? Que cor queres ser?), a flexibilidade e tolerância, a justiça (ex.: sim, tens razão, o dado caiu podes lançar outra vez), a capacidade de esperar pela sua vez, de alternar vezes de jogo, de voltar a definir as regras para se jogar um jogo totalmente novo com os mesmos materiais… tudo o que o simples “game over” não permite quando a criança se senta em frente a um ecrã e erra na sílaba com que deveria completar o espaço.

Fica, para começo de conversa, com o meu top 5 essencial nas casas de quem quer aprender e desenvolver-se com diversão e motivação:

 

Majora

Para além da óbvia estimulação da motricidade fina e da criatividade vejo-lhe (por defeito de psicóloga clínica, talvez) o enorme potencial de quebra-gelo, de aproximar os participantes através de situações caricatas e desenhos trapalhões que deixarão cair a compostura que sempre queremos manter!

Mais longe do que o treino, inerente, da construção de palavras ou correção ortográfica este jogo permite que o joguemos de infinitas maneiras… por que não uma partida em que só podemos escrever emoções?

 

O Sabichão

Impossível resistir-lhe e impossível não aprender com ele… são incontáveis os “mãe, sabias que…?” depois de se jogar O Sabichão. A prova de que a diversão é a melhor super-cola para novas aprendizagens!

LEVANTA-TE / SENTA-TE

Desligue tudo (telemóvel incluído) e reserve um serão para que toda a família aprenda uma série de curiosidades entre um sem fim de gargalhadas. Este jogo traz ainda consigo um treino intensivo da concentração e do controlo dos impulsos.

 

BRIX

Jogo do galo? 4 em linha? Este é o jogo que quisermos! Só precisamos de, primeiro, negociar muito bem as regras. Competências como o planeamento, antecipação e concentração são altamente estimuladas através deste jogo e constituem-se como as bases mais sólidas para qualquer outra aprendizagem.